¿Qué cámara y otras herramientas utilizaste para hacer esta fotografía?
Olympus OM-1
Zuiko OM-System 1:1,8 50mm
Kodak ProImage 100
¿Quiénes participaron o colaboraron contigo?
Augusto Bito.
Cuéntanos del lugar en donde se tomó esta fotografía. ¿Qué hacías ahí ese día?
A foto aconteceu no espaço de residências artísticas @casaliquida no dia 24/04/2022 durante o pôr do sol. Este seria o meu primeiro encontro com o fotógrafo Augusto Gabriel. Estudamos na mesma escola de teatro mas em turmas diferentes, portanto, não nos conhecíamos até então.
Nossos diálogos sobre a fotografia e a nudez aconteceram durante a pandemia.
Os dois confinados em suas casas, Augusto Gabriel em São Paulo e eu em Minas Gerais, no sítio que moro com minha mãe.
Fiz alguns autoretratos e compartilhei com ele.
Pude investigar meu corpo através de um olhar individual, num processo de autodescoberta.
Augusto é muito sensível e acompanhou esse processo.
¿Qué es lo que más te gusta de esta fotografía y por qué?
Antes de fotografarmos conversamos muito e me senti muito confortável em ser registrada pelo Augusto. A única pessoa que tinha me fotografado nua até então foi o meu ex companheiro, que também é fotógrafo.
Comecei o ensaio com um body preto, ainda um pouco tímida, em seguida Augusto disse que a decisão era minha e que eu fizesse como fosse confortável pra mim.
Por fim, senti a luz do sol batendo em meu corpo e em seguida decidi tirar o body.
Diante de uma câmera analógica a nudez aconteceu.
¿Lleva algún título esta foto? ¿Por qué se escogió este título? Si no lleva, ¿qué título le pondrías y por qué?
Título: Sagrado
Durante muitos anos a religião moldou as minhas escolhas.
Mostrar o corpo era meu maior conflito enquanto artista, afinal, meus princípios religiosos não me permitiam. Durante o período que estive casada, fui fotografada nua pelo meu ex companheiro mas demorou muito para que eu tornasse as fotos públicas.
Esta foto descreve minha nova fase de vida.
Agora sou uma mulher divorciada e a religião foi ressignificada em mim.
Meu corpo é meu templo e o sagrado mora em mim.
Confrontando todos os padrões impostos, renasci como a fênix.
É sobre a liberdade de ser o que eu quiser ser.
Meu corpo, minhas regras!
¿Hubo algo de manera consciente que pueda considerarse como una influencia o una inspiración dentro de tu proceso creativo para realizar esta imagen?
Foi um processo intuitivo, eu só queria alcançar o sol, iluminar meu corpo.
Uma espécie de ritual pra limpar a alma de velhos padrões. O tempo dos registros foram curtos, o clique único e uma grande aventura.
Cuéntanos algo divertido, interesante o intenso que haya ocurrido mientras tomabas las foto, o en algún otro momento del proceso.
O maior desafio era perceber o momento do clique, eu não queria piscar mas como saber? Eram poucas poses, não podíamos correr esse risco. Augusto sugeriu me avisar no momento do clique, então ele contava até três e batia a foto.
O ensaio foi rápido, o sol já estava se escondendo e o filme da câmera analógica podia acabar a qualquer momento, quando acabou senti uma vontade de ser fotografada mais…eu ficaria horas alí. O mais difícil foi aguardar a revelação, a curiosidade era gigante mas a espera valeu.
¿En esta fotografía hiciste algo totalmente distinto a lo que normalmente haces para otras fotos?
Sim, a nudez.
Minha família é muito conservadora!
Minha mãe ainda não sabe deste ensaio, estou ensaiando como vou mostrar pra ela rsrsr
Minhas tias ficaram em choque, me ligaram…
Algumas questionaram sobre a exposição nas redes sociais e os perigos que isso implica.
Sobre o que as pessoas iriam pensar a meu respeito. Sinceramente achei divertido, já não me importo mais com o que os outros vão pensar ao meu respeito, sou livre.
Aquela Teresa que minha família conheceu não existe mais e agora elas vão precisar lidar com isso.
Estou amando minha nova versão.
¿Qué aprendiste algo en el proceso de crear esta fotografía?
Foi um trabalho de muita escuta.
Pude notar uma intimidade absoluta com a câmera, era como se eu estivesse sozinha diante de um espelho. Sou atriz e ter essa intimidade é um presente!
Me sinto poderosa quando estou diante dela. Criamos um pacto, uma conexão de corpo e alma.
Si hubieras podido colaborar con cualquier persona para esta foto, ¿con quién habría sido y por qué?
Com minha mãe, porque quero que ela me olhe sem julgamento, como uma artista preta livre!
¿Hay algo más que quieras agregar respecto a la fotografía?
Este corpo retratado é de uma mulher, preta, divorciada, artista e periférica. Nascida no Brasil, no país mais racista do mundo com 54% da população preta, onde a cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras.
Diante de tanto extermínio, sigo contrariando as estatísticas.
Faço parte do @coletivolegitimadefesa.
E o que eu posso dizer pro mundo nesse momento de tanta injustiça no meu país?
“Enquanto houver senhores e escravos não estaremos dispensados da missão” Heiner Müller
Brasil, não deixe de votar.
– Tela + Terra